segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tipos Humanos e colonização

PRIMEIROS HABITANTES

Os primeiros habitantes do Planalto Catarinense, apesar de não se encontrar registros escritos, segundo Licurgo Costa, eram os índios Xoklengs, que nesta região eram denominados bugres. Estes estabeleciam amizade com outro grupo também Tapuia, os Kaigangs, que viviam numa área de 100.000 km2, abrangendo o litoral de Paranaguá a Porto Alegre, e dali fazendo um arco rumo aos campos de Vacaria, atravessando o Rio Pelotas continuando pelos campos de Lages. Os Xoklengs viviam da caça, do pinhão sem propensão nenhuma para a agricultura como todas as tribos nômades.


OS COLONIZADORES


PORTUGUESES - Chegaram por volta de 1750 à 1879, com eles trouxeram seus costumes e suas origens.

ITALIANOS - Na Segunda metade do século XIX, o italiano Domingos Martorano, originário da província de Potenza, estabeleceu-se em São Joaquim. Quando aqui chegou em 1884, a cidade era apenas um povoado, tratou logo de construir sua casa, adquirir terras e explorar a atividade comercial. Para a construção de sua casa, toda de pedra basáltica, contratou a família Fontanella, exímios construtores radicados em Urussanga/SC. Os Fontanellas por aqui se estabeleceram e foram os responsáveis pela construção da primeira igreja e cadeia pública. Já no século XX, outras famílias italianas vieram para São Joaquim. Em 1991, foi criada a Associação veneta de São Joaquim, a qual tem por objetivo o cultivo da tradição e dos costumes italianos.

ALEMÃES- O primeiro alemão que aqui chegou foi o Sr. Paulo Bathke, em 1891, exercendo a profissão de agrimensor. Entre 1896 e 1901, a serviço do governo brasileiro, viajou para a Alemanha prestando inúmeros serviços ao Brasil, no Departamento de Imigração Alemão. Trouxe diversas famílias para o Brasil, inclusive para São Joaquim. As primeiras famílias imigrantes tiveram que enfrentar muitas dificuldades, principalmente durante o período da primeira guerra mundial, quando sofreram perseguições e humilhações. Quanto à cultura tiveram que se adaptar aos costumes brasileiros. No ano de 1990, foi fundado o Centro de Tradições Alemãs Scheeberg, que procura resgatar a cultura germânica.

JAPONESES - Instalaram-se em São Joaquim por volta de 1974, a partir do projeto de assentamento de produtores de maçãs da Cooperativa Agrícola de Cotia (atual Sanjo). A colônia mantêm uma associação cultural e esportiva de São Joaquim, objetivando o cultivo da cultura japonesa.

AFRICANOS - Os negros estão presentes em São Joaquim desde a sua colonização pelos bandeirantes paulistas. Aqui chegaram na condição de escravos, contudo, pouco a pouco foram se integrando à sociedade. Chegaram a São Joaquim por volta de 1750 à 1879 junto com os senhores que vieram na época.







A história do povoamento do Planalto apresenta traços específicos e singulares tornando-a distinta do litoral.
No litoral catarinense ainda no século XVII, ocorreram os principais núcleos de povoamento, como São Francisco (1658), Desterro (1673) e Laguna (1767).
A partir de 1748 intensificou-se o povoamento do litoral com a chegada dos açorianos, vindos das ilhas portuguesas do Atlântico.
Estas povoações que hora se formavam, não possuíam nenhuma comunicação, enfrentavam muitos problemas com as invasões estrangeiras no litoral e o ataque de índios no interior.
No plano das relações sócio-produtivas o regime da população litorânea baseado na pequena propriedade, predominou inteiramente, até 1950, quando ocorreu nova migração estrangeira, que começou a modificar os padrões de interesse e conhecimentos.
Contudo, as levas de imigrantes estrangeiros foram distribuídas de forma desigual. As maiores concentrações foram na região do Vale do Itajai e nordeste do Estado, não atingindo portanto, a região do Planalto Serrano, isolados pelas barreiras naturais e pelas forças políticas da Província.
Assim, isolado do contexto nacional e estadual, o Planalto Serrano entraria para a historiografia regional como território de passagem, sujeito à ação colonizadora de outros tipos humanos, distintos na maneira de ser, de viver e de agir dos elementos luso-açorianos.
Somente em 1771, foi fundada a primeira vila serrana com o nome de Nossa Senhora dos Prazeres das Lagens pelo paulista Antonio Correia Pinto, homem abastado e senhor de escravos.
A partir daí o Planalto serrano emergiu da pré-história para entrar na história. Faz-se necessário registrar que o território do Planalto permaneceu indistinto como expressão política até mesmo geográfica antes da fundação de Lages, no entanto, já havia se transformado em campos de gado, terras de índios e asilo para marginais foragidos da justiça.
Sobre a data em que se fixaram os primeiros povoadores nas terras que formam hoje o município de São Joaquim, não encontramos nenhum documento escrito.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Trilha de Boiadeiros

TRILHAS DE BOIADEIROS

Entre os campos de cima da serra e a parte baixa do sul do Estado de Santa Catarina, existem ainda algumas trilhas que eram utilizadas por boiadeiros até a primeira metade desse século. Localizadas a beira de precipícios, elas eram o único meio de comunicação entre as duas regiões, e seu percurso bastante difícil, sendo por isso feito normalmente com mulas. Segundo relatos dos antigos, em algumas dessas trilhas haviam trechos em que os muares eram obrigados a saltar entre pedras sobre os precipícios, e eram comuns os casos em que os animais escorregavam e caiam nos mesmos, onde eram abandonados aos animais carnívoros. Para que não ocorresse ainda outros prejuízos, nesses locais perigosos as mulas eram descarregadas e os boiadeiros transportavam eles próprios as mercadorias.
Como nas trilhas não havia locais para pouso, a viagem nas mesmas tinha de ser feita durante a luz do dia, e um problema sério eram as “virações”, quando a neblina envolvia os viajantes que então, “perdiam o caminho”.
Os usuários dessas trilhas as utilizavam para transportar charque e queijo até o litoral do estado e, quando era possível, arriscavam transportar gado bovino ou suíno para comercializar. De lá trazia-se alguns gêneros difíceis ou inexistentes na serra, tais como: arroz, farinha de mandioca, cachaça, roupas, tecidos, etc.
Com a abertura de estradas e novos meios de comunicação, essas trilhas caíram em desuso, foram esquecidas e poucos conhecem sua localização.


LOCAIS DE REPOUSO ORIGINARAM CIDADES


Ao longo do caminho das tropas, onde pernoitava o tropeiro, foram surgindo naturalmente pequenos núcleos urbanos. Contam-se hoje dezenas de lugarejos que tiveram a sua origem ligada aos percursos do gado. O caminho das tropas era repleto de variantes e desvios, sendo complexo estabelecer com exatidão o seu traçado.
As cidades catarinenses que derivaram dessa atividade são: Lages, São Joaquim, Curitibanos e Campos Novos.
Ao longo da belíssima paisagem do planalto, entre campos e pinheiros, ainda são numerosos os vestígios do tropeirismo. Iniciando por Lages, o mais antigo e importante dos núcleos urbanos do caminho das tropas, podemos observar as tradicionais “taipas” , muros de pedra por se conduziram ou onde paravam as manadas em descanso. Mesclados à harmonia do cenário esses muros quase fazem parte da natureza de tão adaptados que estão a ela. Podem ser encontrados em vários locais do planalto.

A pecuária continua movida pelos mesmos métodos de criação do tempo dos paulistas do século XVIII. Falta, em primeiro plano, purificar as raças através de reprodutores de melhor qualidade. O leite e a carne, produzidos no Planalto, não encontram estradas para chegarem ao litoral. E o sal, alimento para o gado, chega às estâncias com o preço pelas nuvens.
Vinte anos depois da fundação de Orleans, em 26 de maio de 1903, o governador Vidal Ramos, partindo de Minas (Lauro Muller) sobe a Serra do Rio do Rastro e planta uma ponte entre o Litoral Sul e o Planalto.
A alegria do governador explode de satisfação coletiva. A distância entre a última estação da estrada de ferro e São Joaquim ficou reduzida a quatro horas de lombo de mulas
A estrada custou 658,7 contos. Uma fortuna, mais de 45% da receita do Estado que, em 1903, alcançou 1.453,5 contos.
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COMÉRCIO SOBE E DESCE


Com a abertura da Estrada do Rio do Rastro Orleans transforma-se de colônia de italianos, em pousada de tropas e tropeiros.
Quando desce para Tubarão e Laguna, é passagem do charque,a carne de sol, do queijo, quando sobe é caminho para a cachaça, a farinha de mandioca, o sal, etc.
Nas tropas de mulas havia a madrinha que ia a frente com a mula “madrinheira”, a campanhia amarrada no pescoço para marcar a estrada que a tropa iria descer.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Abertura dos Primeiros caminhos

Nas primeiras décadas do século XVII, no ano de 1728 por aqui andou Francisco de Souza Faria, que abriu a primeira picada ligando o litoral ao planalto. Essa picada se denominou-se estrada dos conventos ou de Araranguá.
Em 1725, o capitão general e governador de São Paulo Antonio da Silva Caldeira Pimentel incumbiu o sargento-mor Francisco de Souza Faria de abrir um caminho para o sul.
O trabalho foi iniciado em 11 de novembro de 1728 por Faria, com cerca de noventa homens nas margens do Rio Araranguá, no lugar chamado “Conventos”. Daí em diante denominaria a estrada, e acompanhando o curso daquele Rio alcançaria o Planalto Catarinense.
Por volta de 1636, o bandeirante Raposo Tavares teria feito esta mesma rota quando vindo do Rio Grande do Sul rumo a São Paulo, abandonando a rota mais usada na época que atravessava o oeste catarinense. Sabe-se também que por volta de 1745, o território serrano inclusive São Joaquim, foi visitado pelos padres espanhóis da Companhia de Jesus.
O traçado da estrada dos Conventos feito por Faria, longo e extravagante, foi posteriormente modificado pelos tropeiros, que em marcha com seus rebanhos atravessavam o planalto serrano, vindos do Rio Grande do Sul com destino a São Paulo.
Resultado destas longas tropeadas foi a formação de pequenos povoados os quais sediavam os pousos das tropas, ou para capturar alguma ponta de gado que se desgarrava do rebanho.
O pouso, o arroz carreteiro e o pasto, que os donos dos ranchos cobravam, não deveria ser dos mais baratos. Tanto assim, que muitos tropeiros preferiam forçar a marcha tocando as tropas. No entanto, quando os rancheiros descobriam tal intenção, tratavam de roubar o cincerro da mula madrinha, sem o guizo como guia, a tropa se dispersava pelos matos, obrigando os peões a uma parada forçada.
Historicamente o tropeirismo, produto do novo ciclo pastoril, constituiu a origem histórica e o fundamento econômico, social e cultural da civilização campeira da região serrana.
Todavia pode-se afirmar que foram os gaúchos os primeiros habitantes nas terras joaquinenses. Tal afirmação baseia-se nos registros históricos de Walter Dachs e padre João Batista Viecelli, antigo vigário da paróquia de São Joaquim, onde afirmam: “Pelo ano de 1755 a 1765, chegou a fazenda do Pelotas, vindo de Santo Antonio da Patrulha/RS, o senhor Manoel da Silva Ribeiro com seus dois filhos menores, Inácio e Pedro da Silva Ribeiro. Manoel tinha obtido por requerimento a célebre sesmaria do Pelotas, cujos limites são os seguintes: começando na barra do Rio Pelotas, com o Rio das Contas, subia por este último até a barra do Rio Tijucas, seguindo até sua cabeceira, passando a divisa perto da casa da família Manoel Cândido, e daí até a serra, perto da nova Capelinha de Santo Antonio, segue a serra até encontrar a cabeceira do Rio Cachoeirinhas e deste ponto em linha reta até encontrar a barra do Rio Negreiro com o Porteira, sobe pelo Negreiro até a barra de um riacho que nasce na tapera do Padre José Carlos, seguindo o divisor das águas até a nascente do Mantiqueira e, deste Rio abaixo até o Pelotas e daí ao ponto de partida” .
Traçado os limites comenta-se sobre sua extensão: “Uma bagatela com mais de 450 milhões de campos”.
Além desta fazenda, existiam outras que foram instaladas entre os séculos XVIII e XIX, como a fazenda do Socorro, Bom Sucesso e Águas Buenas.
Desta forma, a ocupação territorial do Planalto, em conseqüência do regime sesmeiro favoreceu o monopólio em mãos de um pequeno grupo privilegiado, delegando condições para o surgimento de uma força de trabalho explorada nas lides da criação de gado.
Em registros escritos sobre a fundação do município de São Joaquim encontram-se datados em 1868 ou 1869. Por esta época Lages já era uma localidade regularmente desenvolvida e o seu território abrangia as terras vizinhas incluindo as áreas que hoje formam os municípios de São Joaquim, Bom Jardim da Serra e Urupema.
A comissão fundadora compunha-se por: Manoel Joaquim Pinto, Cel. João da Silva Ribeiro, Capitão Marcos Batista de Souza, Joaquim das Palmas da Silva Matos, Antonio Gonçalves Padilha, Joaquim José de Souza Bento Cavalheiro do Amaral, Joaquim Cavalheiro do Amaral, Manoel Saturnino de Souza e Ezírio Bento Rodrigues Nunes.
Consta que os primeiros povoadores, além de suas famílias, traziam escravos e todos os aprestos indispensáveis para se estabelecerem e se defenderem dos ataques indígenas e animais selvagens.
Considerado o fundador de São Joaquim, Manoel Joaquim Pinto, nasceu em Piracicaba, estado de São Paulo, vindo muito jovem para a região sul do país, onde na cidade de Rio Grande/RS, empregou-se no estabelecimento Saladeiril (indústria do charque), de Boaventura Barcelos, na localidade de Charqueada. Um ano depois, desembarcou na antiga Desterro, tornando-se caixeiro viajante, no comércio de José Pereira da Cunha Medeiros e mais tarde, casou-se com Maria Joaquina, filha de seu patrão. O sogro em parceria com seu irmão Antonio Pereira da Cunha e Cruz, possuía as fazendas do Cedro e do Paraíso, situadas no território que hoje forma São Joaquim, motivo que logo depois, coube a Manoel Joaquim Pinto, a capatazia da fazenda do cedro, cuja casa ele mesmo construiu. Com ele vieram três cunhados, troncos do grande clã dos Pereira de São Joaquim e Lages.
Os estancieiros da Costa da Serra do Mar percorriam considerável distância a vila de Lages, na ocasião dos festejos e de pagamento de impostos, ou em época de eleições, deixando muitas vezes, as famílias expostas aos ataques indígenas. Então Manoel foi ao encontro das aspirações dos habitantes do Distrito da Costa da Serra, instalando a Freguesia de São Joaquim do Cruzeiro da Costa da Serra, no rodeio da fazenda que pertencia a Joaquim e Antonio Cavalheiro do Amaral, seus colaboradores no empreendimento. Depois de verificar que na Chapada Bonita, por falta d’água não era possível instalar o vilarejo e que as margens do Rio Antonina, em virtude das geadas não servia para o fim que se propunha.
Construiu-se então a primeira casa, que foi onde nasceu o doutor Joaquim Pinto de Arruda, bisneto de Manoel Joaquim Pinto e primeiro joaquinense a formar-se em medicina.
Manoel Joaquim Pinto, após fundar a freguesia, decidiu abrir a primeira trilha ligando-a ao litoral, pois os habitantes da Costa da Serra tinham que contornar os paredões da Serra do Mar, aproximando-se desnecessariamente de Lages, em busca dos mantimentos, tais como: sal, açúcar, farinha, arroz, etc.

Para abertura desta estrada, ele se fez acompanhar de sua mulher, que cozinhava para a turma de trabalhadores, escravos e camaradas.
Em seguida, abriu um atalho pela Serra da Farofa, que se encontrou na antiga estrada Lages - São José , no Rio Canoas, ligando o atual município de São Joaquim àquela estrada.
Manoel Joaquim Pinto faleceu em 27 de julho de 1879 em sua fazenda no Cedro, sendo que sua mulher faleceu três dias depois.
Pela documentação em poder de seus descendentes, Manoel Joaquim Pinto era parente de bandeirantes paulistas famosos, entre outros Borba Gato

O primeiro passo para a fundação de São Joaquim foi a criação aos 28 de janeiro de 1868, de um Distrito Policial no lugar denominado Costa da Serra. A lei n.º 645 desmembra o Distrito da Costa da Serra da Freguesia de Lages, conforme seu artigo 1º que diz: “ O distrito da Costa da Serra, fica desmembrado da Freguesia de Lages, para formar a Freguesia com a denominação de São Joaquim da Costa da Serra, a qual é criada precedendo licença do ordinário, na forma da constituição do bispado”. No artigo 3º o Presidente da Província ficava responsável em demarcar os limites da nova Freguesia depois de obter as devidas informações.
A lei n.º 1.108 de 28 de agosto de 1886 eleva São Joaquim a categoria de vila, mas mantendo o mesmo nome, nos termos do artigo 1º. “A Freguesia de São Joaquim da Costa da Serra, criada pela lei n.º 645 de 1871, fica elevada a categoria de Vila sob a mesma denominação, formando um município desmembrado de Lages.
A mesma lei manteve São Joaquim subordinado à Comarca de Lages (art. 2) criou um tabelionato e uma escrivania (art. 4) e afirmou que: “Os limites do referido município serão os mesmos que tinha como freguesia, entre Lages e o Rio Pelotas no extremo sul desta província”. (art. 3).
A incumbência de construção da Câmara Municipal ficou a cargo do moradores (art. 5).
A instalação só ocorreu em 7 de maio de 1887, sendo São Joaquim o último município catarinense criado no século passado no tempo do império brasileiro.
Aos 16 dias de janeiro de 1887, realizaram-se as primeiras eleições para a Câmara Municipal. Os candidatos mais votados foram: Antonio José Alves de Sá (11 votos); Mateus Ribeiro de Souza (10 votos); Marcos Batista de Souza (10 votos); Aureliano de Souza Oliveira (10 votos); Policarpo José Rodrigues (10 votos); João de Deus Pinto de Arruda (10 votos); José Rodrigues de Souza (10 votos); José Antonio Corrêa (2 votos); Galdino Pereira da Cunha e Cruz (1 voto). Apenas os sete mais votados é que tomaram posse. Vê-se que muitos desses nomes estão ligados à família de Manoel Joaquim Pinto.
Quem teve a honra de comandar os destinos de São Joaquim como autoridade máxima, foi o primeiro alcaide (prefeito) o vereador mais votado, senhor Tenente Antonio José Alves de Sá.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O solo e a fauna joaquinense

Segundo dados da Embrapa, fornecidos pelo Instituto Cepa, o quadro abaixo especifica a área de solos, faz análise de como é utilizado e recomenda formas corretas de uso.


Relevo e Solos

Área (hectare)
Uso Atual
Uso recomendado

-11,9% solos de topografia suave-ondulada.
Cambissolos (65.000 há), Argilosos.
(Podzólicos e Terra Bruna Estruturada - 800 há).


- 65.800
- Culturas anuais e perenes, paisagens e reflorestamento.
- Culturas anuais e perenes.

-11,8% solos declivosos –
Cambissolos (64.4 95 há) e Argilosos( Terra Bruna Estruturada – 815 há )

- 65.310
Culturas anuais e perenes, pastagens, reflorestamento.
Culturas perenes, pastagens, reflorestamento e preservação permanente.

-75,3% solos rasos, pedregosos ácidos – Neossolos (Litossolos e solos litólicos)


- 414.890
Pastagens naturais e preservação permanernte.
- Pastagens naturais e preservação permanente









2.7.1 MAMÍFEROS:

A fauna joaquinense é muito rica em suas espécies, destacam-se muitos animais, alguns infelizmente se encontram em extinção ou completamente exterminados.
O desequilíbrio ecológico causado pelo rápido desenvolvimento da cidade pela devastação das matas de araucária, pelas queimadas, pelas caçadas, que na região eram uma espécie de esporte, em muito contribuíram ou têm contribuído para a exterminação da nossa fauna.
Dentre as espécies que compõem o nosso panorama ecológico podemos destacar que ainda são encontrados nas regiões longínquas do município.

LEBRE - as lebres são mamíferos logomorfos, da família dos leporídeos. Compreende animais próximos dos coelhos, porém maiores e mais bem dotados para a corrida. Não cavam tocas e parem os filhos em ninhos sobre o solo.

TATU - os tatus são mamíferos desdentados da família dos dasipodídeos. Reproduzem-se por poliembrionia, e todos os indivíduos de um mesmo parto têm o mesmo sexo. O tatu canastra é a maior espécie existente, mede cerca de 85 cm de corpo e 45 cm de cauda. O tatu bola tem apenas três cintas de placas móveis que lhes permitem enrolar-se em forma de bola.

JAGUATIRICA - a jaguatirica é um mamífero carnívoro, fissípede, da família felidar que atinge cerca de 85 cm de comprimento e 40 cm de altura.

RAPOSA - a raposa, animal mamífero da ordem dos carnívoros, da família dos canídeos, de pequeno porte e grande predador das aves em geral.

CAPIVARA - a capivara é o maior dos roedores atuais, da família dos cavídeos. Vivem em bandos, saindo geralmente à noite, e são hábeis nadadores, um exemplar adulto pesa mais de 50 quilos.

VEADO - o veado é um animal mamífero da ordem dos artiodáctilos , da família dos cervídeos, em geral são muito tímidos e velozes.

GAMBÁ - o gambá pertence a espécie dos mamíferos marsupiais, da família dos didelfídeos. São onívoros e levam vida noturna.

BUGIO - dignação comum aos símios platirrinios, o bugio, pertence a família dos cabídeos, do gênero olonata. São frugívoros e vegetarianos, vivem em bandos de mais de doze indivíduos, guiado pelo macho mais velho.

PREÁS - os preás são espécies de mamíferos roedores da família dos cavídeos. Vivem nos capinzais à beira de córregos, lagos e rios, saindo ao anoitecer para se alimentar geralmente de gramídeas.
OURIÇO - o ouriço é um mamífero insetivoro que tem o corpo coberto de espinhos, da família dos eretizontídeos.

LOBO GUARÁ - o lobo guará é um mamífero carnívoro, da família dos canídeos. Medem 1,45 metros de comprimento e 45 cm de cauda. Alimenta-se de pequenos mamíferos, aves e frutas. É o maior e mais belo dos canídeos brasileiros.

TAMANDUÁ - o tamanduá é um mamífero desdentado, da família mimercofagídeos, cujo alimento básico são os cupins. Ao contrário do que se propaga não se alimenta de saúvas (espécie de formiga).


2.7.2 REPTÉIS

COTIARA (Lachesi alternatus) – réptil ofídio, podendo chegar até um metro e vinte centímetros de comprimento, muito grossa; é a espécie mais abundante e a mais perigosa, não só pela quantidade e violência do veneno que pode inocular na vítima, como pode ser muito agressiva.

JARARACA (Lachesi lanceatus) – réptil ofídio, da família dos crotalídeos. Embora venenosa, são cobras mansas, alimentam-se de roedores e outros animais de pequeno porte, medem de 1 metro a 1,50 metros de comprimento.

CASCÁVEL (Crotalusn terrificus) – réptil ofídio, da família dos crotalídeos, comum nas zonas secas, é venenosa, alimenta-se de roedores em geral, mede 1,80 metros de comprimento.

URUTU – cobra venenosíssima, de cor escura e cabeça triangular.

CRUZEIRO – ofídio venenossísimo , da família dos crotalídeos.

TERRA NOVA –

CORAL (Elaps frontalis) – embora temida pelo povo, é de todas as espécies descritas a menos perigosa, não só porque o seu veneno é bem menos ativo, como também é pouco agressiva.

PAPA-PINTO – réptil ofídio da família dos colubrídeos, arborícola com comprimento de até 2 metros.

COBRA VERDE – réptil ofídio, da família dos colubrídeos e de outras do gênero. São cobras finas de até 1 metro de comprimento. Se alimentam de pássaros e de pererecas.

LAGARTO – designação comum a várias espécies de lacertílos da família dos teídeos. De porte médio e grande.

A avifauna campestre é bastante peculiar. É composta por espécies que vivem tanto no interior dos bosques, capões como nos ambientes de florestas. Há também aquelas que exploram a paisagem aberta, voando rente a vegetação herbácea, pousam e andam pelos campos em busca de alimentos, proteção e local para fazer seus ninhos, como: as curicacas, as gralhas azuis, os marrecos, as codornas, as perdizes, papagaios, anus, sábias, seriemas, socós, etc.






2.7.3 AVES


PAPAGAIO – ave trepadora da família dos psitacídeos. Que imita a voz humana.

CURICACA – ave ciconiforme, da família dos tresquiornitídeos.

GRALHA AZUL – ave passeriforme, da família dos corvídeos.

GAVIÃO – ave falocniforme, da família dos falconídeos.

TIRIVA – ave psitaciforme, da família dos psitacídeos.

TICO-TICO – ave passeriforme, da família dos fringilídeos.

PARDAL – ave passeriforme, da família dos ploceídeos.

CANÁRIO – ave passeriforme, da família dos fringilídeos, originária das ilhas canárias, da madeira e dos açores.

JACU – designação comum a várias aves galiformes da família dos cracídeos, gênero Penelope Merror.

PERDIZ – ave tinamiforme, da família dos tinamídeos.

BEM-TE-VI – ave passeriforme, da família dos tiranídeos.

CHUPIM – ave passeriforme, da família dos icterídeos. Curiosidade - põe seus ovos nos ninhos dos tico-tico que inadvertidamente lhe cria os filhotes.

SERIEMA – ave gruiforme, da família dos carianídeos.

PATATIVA – ave passeriforme, da família dos frigilídeos.

SANGUE DE BOI – ave passeriforme, da família dos traupídeos.

MAITACA – mais conhecida na região como baitaca. Ave psitaciforme , da família dos
psitacídeos.

QUERO-QUERO – ave caradruforme, da família dos caradruídeos.
SOCÓS – designação comum a várias espécies de aves da família dos ardeídeos.

PICA-PAU DO CAMPO –

JOÃO-DE-BARRO –

Obs. Outro fato decorrente da exploração das matas, foi o empobrecimento da fauna Joaquinense, que viu seu habitat invadido pelo homem, com machados e serrotes. Animais que eram encontrados com facilidade nos campos hoje em vias de extinção como: raposa, tamanduá, capivara, veado, gambá, preá, ouriço, jaguatiricas, guaraxains.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A hidrografia de São Joaquim

O município é banhado pela bacia do Rio Pelotas, seu principal rio, tendo como afluentes: Lavatudo, Mantiqueira, São Mateus, Sumidouro (Paisano), Antonina , Invernadinha e Postinho.
O rio Pelotas e o rio Lavatudo nascem no município de Urubici (Caimbora), O rio Lavatudo deságua no Rio Pelotas, em São João de Pelotas (rios que formam a bacia do Uruguai). Já o rio Antonina tem sua nascente no Parque Nacional da Maçã, seguindo seu curso até aEstância do Meio onde desemboca no Rio Lavatudo. É do Rio Antonina que a água, depois de tratada, abastece toda a cidade.
O Rio São Mateus nasce no bairro Bandeira e deságua no Rio Lavatudo, na Estância do Meio, (este rio hoje se encontra poluído).
O Rio Postinho nasce na localidade de Cruzeiro e deságua no Rio Pelotas na localidade de Luizinho. Para que o abastecimento de água no perímetro urbano seja mantido em quantidade e qualidade desejáveis, faz-se necessário manter os mananciais do Córrego Boava e do Rio Antonina em constante preservação.
Na localidade de Sumidouro (Rincão do Tigre) nasce o Rio Sumidouro, recebendo este nome até São Miguel do Caiamba, a partir daí até desembocar no Lavatudo em Santa Isabel, é denominado Paisano.
O Rio Mantiqueira nasce na cidade de Bom Jardim da Serra e deságua no Rio Pelotas, na localidade de Despraiado.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

As queimadas de campo e o Clima

A prática de queimar os campos tem origem na “coivara”, procedimento utilizado pelos indígenas desde remotos tempos, como forma de eliminar as pragas como: a carqueja, orelha de burro, maria mole, barba de bode, macega, carrapicho dos pedaços de terra que seriam utilizados para o plantio. Esta técnica rudimentar, se reduzia a pôr fogo no campo, que passava dias e dias queimado . Sempre ouvimos falar de histórias dos campos que queimavam por muitos dias, em virtude da macega ser muito alta. Nem mesmo as sangas e arroios cercavam o fogo, que pulava para a outra margem soprado pelo vento.
Os campos eram queimados uma vez por ano, depois das grandes geadas de junho e julho. A regra era queimar a região onde isso não tinha sido feito no ano anterior. Esta prática é muito usada ainda hoje e combatida por destruir os nutrientes e organismos vivos do solo.

O CLIMA

O clima em São Joaquim, segundo KOEPPEN é do tipo temperado e muito variável, sujeito à mudanças bruscas de temperatura. É um clima seco e bastante saudável. Classifica-se como mesotérmico úmido (Cfb), com verões amenos, apresentando uma temperatura média anual de 13ºC a 14ºC e uma precipitação total anual entre 1.300 a 1.900 mm. As geadas, começam em abril e se prolongam até outubro, com nevadas não muito freqüentes.
Durante o inverno os termômetros chegam a marcar 7º graus negativos, podendo subir a temperatura no verão para 26º graus positivos.
As baixas temperaturas favorecem o repouso vegetativo das árvores frutíferas e proporcionam uma boa floração. Conseqüentemente obtém - se uma ótima colheita de frutas. A maçã é um exemplo e constitui – se hoje na principal unidade produtiva da região.

Durante o inverno temos um espetáculo majestoso! A presença da neve. Campos, matas, casas, tudo reveste-se de branco com espessura de vários centímetros. É festa. O povo sai às ruas, como um desafio ao frio que ela já está acostumada a enfrentar.
Correm pulam, dançam, fazem batalha de neve. Aí temos então a chegada dos turistas, repórteres.
Hoje este espetáculo está cada vez mais raro devido aos desmatamentos, poluição dos rios e do ar. A neve já não é mais regular e sua intesidade não é mais a mesma, mas quando cai a sua beleza é inconfundível, é um espetáculo.

terça-feira, 31 de março de 2009

localização e Aspectos Naturais de São Joaquim

O Brasil está dividido politicamente em vinte e seis unidades federativas ou Estados e um Distrito Federal. Segundo o IBGE os Estados e o Distrito Federal estão agrupados em cinco grandes regiões: norte, nordeste, sudeste, centro-oeste e sul. Existe outra divisão geopolítica que comporta somente três partes, o centro-sul, o nordeste e o centro-oeste, mas a mais usada é a do IBGE.
Santa Catarina, estado membro do Brasil, localiza-se na porção meridional do país e faz parte da região sul, juntamente com os estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Com uma área de 95.318,3 km², ou seja 1,11% do território brasileiro, é o 20º estado mais extenso do país e o menor da região sul.

São Joaquim localiza-se, no sudeste do planalto catarinense com 1.896 Km², compreendendo 2,6% da área do estado de Santa Catarina, sendo o 2º município mais extenso do estado, está situado a uma altitude de 1.360m.
Suas condições geográficas influíram em parte na vida de seus habitantes, tornando-os distintos na sua maneira de pensar e de agir dos outros moradores das diferentes regiões de Santa Catarina. As serras constituíram-se em um fator limitativo entre serranos e os habitantes do litoral. Enquanto que o mar favorecia a circulação de riquezas e cultura, as serras dificultavam o desenvolvimento do planalto, da sua gente e da sua sociedade.

CARACTERIZAÇÃO REGIONAL

Com uma área totalmente circundada por rios, São Joaquim faz limite com os municípios de Lages, Urubici, Bom Jardim da Serra, Urupema, Rio Rufino e com o estado do Rio Grande do Sul.
Os rios que a circundam nascem no Parque Nacional de São Joaquim e fazem fronteiras com os municípios limítrofes. Ao norte temos o rio Lavatudo que faz divisa com o município de Painel e que ao correr para o oeste também faz divisa como o município de Lages; ao nordeste temos o rio Pericó que faz divisa com o município de Urubici e Urupema; a leste o rio Mantiqueira e o rio Pelotas que fazem divisa com o município de Bom Jardim; ao sul, novamente o rio Pelotas fazendo limite com o estado do Rio Grande do Sul.

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

São Joaquim, juntamente com toda região serrana esteve praticamente despovoada até a década de 1950, quando recebe uma leva grande de migrantes por conta da instalação de serrarias, vinculadas a indústria extrativa da madeira, mais especificamente para a extração e exploração da araucária. Este processo migratório trouxe para a região, principalmente descendente de italianos, provenientes do Rio grande do Sul, que durante duas décadas contribuíram para o aumento populacional deste município. Este aumento considerável de habitantes no município teve um decréscimo quando, por volta de 1970 se fecharam um grande número de serrarias. Porém em 1972, recebemos em nossa terra um grupo de pessoas da colônia japonesa, restabelecendo em termos populacionais o número de habitantes existentes na metade do século XX. Atualmente, São Joaquim possui 22.836 habitantes, sendo 16.119 na área urbana e 6.702 no meio rural.( Censo de 2000- IBGE).

AS MATAS E OS CAMPOS

A cobertura vegetal do planalto, também a de São Joaquim se constituem de dois tipos de vegetação dominante, os Campos do Planalto, onde predominam gramínias como capim-caninha, capim-colchão, capim-forquilha, grama-sempre-verde e grama-missioneira, envolvendo capões de matas e as Matas das Araucárias, na encostas ocidentais da serras, onde predominam as araucárias, ervas-mate, além de arbustos de várias espécies e forrações vegetal variadas, num ambiente aberto, de fácil penetração e já muito explorado.
Destas vegetações surgiram e se desenvolveram as principais unidades produtivas, a pecuária extensiva (nas zonas de campos), e a indústria extrativa de madeira (nas zonas de araucárias que também se destaca pelo seu fruto, a pinha, a verdadeira castanha serrana).
Outros tipos de árvores são encontrados na região, como o cambará, o ipê, o sobraji, a canela, a laranjeira brava, o bugre preto, o cedro, a aroeira, a timbaúva, o xaxim, entre outras. Quase todas madeiras de lei de reconhecido valor, porém hoje estão em extinção.
Se houvesse um plano de corte com um padrão de espessura mínima e reflorestamento das árvores cortadas, hoje teríamos florestas cuidadas com muitas espécies, sem o risco de extinção. Como recurso econômico o pinheiro apresentou um alto potencial. Entretanto a extração de forma irracional, o corte desenfreado e a não preocupação como reflorestamento, objetivando única e exclusivamente o lucro levou a destruição quase que completa dos pinheiros. Sabemos que para tornar-se aproveitável para a indústria, o pinheiro necessita de um período, mínimo de 60 a 80 anos de vida, tempo este que implica em certos cuidados indispensáveis ao abate desta árvore nativa.
Contribui para a destruição das espécies a prática das queimadas periódicas dos campos, que são feitas com a finalidade de limpar e melhorar as pastagens. O cultivo da batata, feijão e maçã, vêm contribuindo para a redução dos ambientes naturais e a modificação da composição da fauna Joaquinense.
A homogeneização das paisagens agrícolas, criadas por extensas culturas, além do desaparecimento de algumas espécies, também ocasiona o surgimento de outras, que são capazes de viver em tais condições e se reproduzem sem competidores, resultando na expansão de suas populações o que pode ser observado em alguns exemplos como: os quero-queros, as pombas de bandos, as rolinhas roxas, anus-pretos, anus-brancos, João de barro, chupins, tico-ticos, etc.
Segundo, KLEIN (1978) a Floresta Ombrófila Mista ou Floresta de Araucária é uma floresta com característica heterogênea. Já RODRIGUES, (1978), no “Mapa Fitogeográfico do Estado de Santa Catarina” (FATMA, UFSC) sugere agrupá-las em duas formações: a floresta de araucária e a floresta de faxinais.
As florestas de araucária estão localizadas nas encostas, no planalto e nos vales, e surgem em altitudes entre 500 metros até 1200 metros. São formadas por pinheirais de grande porte e por submata igualmente densa, onde predominam as mirtáceas e aquifoliáceas, entremeadas de bambus. A vegetação da floresta de araucária (ou pinhais), não apresenta formação homogênea e contínua, mas compõe-se de diversos tipos de submata. O pinheiro (Araucária Angustifolia) constitui a camada superior, de forma que vista de cima dá a impressão de uniformidade ou de um bosque de coníferas. A sua submata é bem desenvolvida e densa, com predominância de lauráceas tais como imbuia (Ocotea porosa), e a canela-lajeana (Ocotea pulchella), a canela amarela (Nectandra grandiflora), canela-fogo (Criptocaria aschersoniana). Nas áreas úmidas ou margens de rios, encontramos a árvore do vime (salix viminalis).
A floresta de faxinais situada em terrenos das partes superiores da Serra Geral, é caracterizada normalmente por mata baixa, onde o pinheiro concorre de modo espesso e apresentando menor porte. As espécies arbóreas e arbustivas mais comuns são a congonha (Ilex theezans), carne de vaca (Cletra scabra), as capororocas (Rapanea spp), os guamirins (Gomidésia sellowiana e Myrceugenia euosma), as caúnas (ilex dumosa e Ilex microdonta). São entremeados de bambus, bem como de vassouras, como o vassourão branco (Phitocarpha augustifolia). A mata de árvores de pequeno porte e de forma irregular é freqüentemente entremeada por campos de gramíneas grossas, indicadoras de solos de pouca qualidade e impróprios para culturas.
O domínio morfológico da araucária angustifolia é interrompido com freqüência pela existência de campos-limpos, onde predominam gramíneas como o capim-caninha (Andropogon laterallis, Andropogon macrothryx, Agróstis montevidensis, Agróstis ramboi) e também por campos sujos, onde predominam a carqueja do campo (Baccharis gaudichaudiana), a vassoura lajeana (Baccharis unicella), os caraguatás (Eryngium spp), a samambaia das taperas (Pteridium aquilinum).
São freqüentes nos campos úmidos, as trufeiras formadas principalmente por musgos (Sphagnum spp), onde se encontra a samambaia dos banhados (Biechnum imperiale).

Nos caminhos da Neve: São Joaquim

NOS CAMINHOS
DA NEVE :
SÃO JOAQUIM


UM POUCO DA NOSSA TERRA!
UM POUCO DA NOSSA GENTE!

INTRODUÇÃO

Este escrito foi por nós inicialmente idealizada pensando nos educadores e educandos da rede de ensino estadual para servir como fonte de pesquisa.
Posteriormente o tempo foi nos dizendo que sua produção possuía uma dimensão para além da escola, constituindo-se num texto com abrangência histórico-cultural na perspectiva de contar um pouco da história de nossa terra e de nossa gente.
Os caminhos percorridos para elaborar este trabalho se entrelaçaram aos “caminhos da neve” nos permitindo vislumbrar um encantamento que se expressa na (re)descoberta das velhas taipas firmes e seguras cobertas por musgos e cipós a ladear a cidade; nas colinas cobertas de branco véu, serração que sobe os peraus e sangas, misturando-se as nuvens do céu; do carro de boi que, entoando triste melodia vai rodando pela estrada vermelha com cheiro de chão molhado; no perfume almiscarado das flores e carquejas salpicadas pelos campos afora; no soprar do minuano audacioso balançando os majestosos pinheirais e adentrando pelas arestas do galpão, esvoaçando as cinzas das aroeiras e dos nós de pinho queimados no fogo de chão; nos rios e cachoeiras quem em cascatas murmuram melodias misturando-se ao trinar apaixonado do desafinado carancho, fazendo ecos nos confins da mata; no valsejo das gralhas, dos sabiás e quero-queros; nas várzeas e coxilhas povoadas por vacas e bezerros caminhando lentamente e, emitindo junto ao som do cincerro o mugido; do paiol de milho; das velhas casas...
Junta-se a este cenário de serras, campos e pinhais o soberbo povo desta terra que, de maneira simples e “guapa” enfrenta as auguras do frio para realizar a ventura de aqui viver.
Para atender as necessidades didáticas, este escrito está dividido em seis Unidades principais e cada Unidade em capítulos distintos, estes com a finalidade de agregar os conteúdos similares e facilitar sua compreensão.
Desta forma a Unidade I - DA LOCALIZAÇÃO E DAS PAISAGENS - introduz o leitor ao reconhecimento dos principais aspectos físicos que compõem o município como: localização, vegetação, clima, relevo hidrografia, fauna; a Unidade II - A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO - conta um pouco do processo de povoamento desta terra, bem como permite a compreensão de como se constitui os usos e costumes de sua população; a Unidade III- EVOLUÇÃO ADMINISTRATIVA DE SÃO JOAQUIM- traz dados sobre a fundação do município, sobre seus administradores, personalidades ilustres e sobre os símbolos municipais; na Unidade IV – A ECONOMIA DO MUNICÍPIO – é possível identificar as atividades que compõem a agropecuária do município, a indústria e os serviços prestados a esta comunidade; na Unidade V- A EDUCAÇÃO E A CULTURA DE NOSSO MUNICÍPIO – estão colocados algumas conformações da educação e da cultura local e na última unidade a VI Unidade – A LITERATURA E AS MANIFESTAÇÕES POPULARES - traduz um pouco daquilo que tem significado para a cultura popular, como causos, mitos, lendas ditados populares em grande parte, aqueles recolhidos pela Dona Eulália e na VII e última Unidade – SÃO JOAQUIM HOJE - são destacados os aspectos sócio-econômicos e culturais mais importantes que na atualidade fazem de São Joaquim uma terra hospitaleira e de progresso.
Entendemos que este trabalho atende a perspectiva de trazer ao leitor uma série de informações sobre o município, entrecruzando dados históricos e dados atuais contribuindo desta forma para que os interessados, mas principalmente os cidadãos e cidadãs que são natural desta terra e os demais que nela vivem tenham em mãos mais um trabalho que mostra um pouco da trajetória deste povo.



As autoras, Irene Albertina Hugen Nunes
Dalva de Souza Hiura.