terça-feira, 31 de março de 2009

localização e Aspectos Naturais de São Joaquim

O Brasil está dividido politicamente em vinte e seis unidades federativas ou Estados e um Distrito Federal. Segundo o IBGE os Estados e o Distrito Federal estão agrupados em cinco grandes regiões: norte, nordeste, sudeste, centro-oeste e sul. Existe outra divisão geopolítica que comporta somente três partes, o centro-sul, o nordeste e o centro-oeste, mas a mais usada é a do IBGE.
Santa Catarina, estado membro do Brasil, localiza-se na porção meridional do país e faz parte da região sul, juntamente com os estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Com uma área de 95.318,3 km², ou seja 1,11% do território brasileiro, é o 20º estado mais extenso do país e o menor da região sul.

São Joaquim localiza-se, no sudeste do planalto catarinense com 1.896 Km², compreendendo 2,6% da área do estado de Santa Catarina, sendo o 2º município mais extenso do estado, está situado a uma altitude de 1.360m.
Suas condições geográficas influíram em parte na vida de seus habitantes, tornando-os distintos na sua maneira de pensar e de agir dos outros moradores das diferentes regiões de Santa Catarina. As serras constituíram-se em um fator limitativo entre serranos e os habitantes do litoral. Enquanto que o mar favorecia a circulação de riquezas e cultura, as serras dificultavam o desenvolvimento do planalto, da sua gente e da sua sociedade.

CARACTERIZAÇÃO REGIONAL

Com uma área totalmente circundada por rios, São Joaquim faz limite com os municípios de Lages, Urubici, Bom Jardim da Serra, Urupema, Rio Rufino e com o estado do Rio Grande do Sul.
Os rios que a circundam nascem no Parque Nacional de São Joaquim e fazem fronteiras com os municípios limítrofes. Ao norte temos o rio Lavatudo que faz divisa com o município de Painel e que ao correr para o oeste também faz divisa como o município de Lages; ao nordeste temos o rio Pericó que faz divisa com o município de Urubici e Urupema; a leste o rio Mantiqueira e o rio Pelotas que fazem divisa com o município de Bom Jardim; ao sul, novamente o rio Pelotas fazendo limite com o estado do Rio Grande do Sul.

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

São Joaquim, juntamente com toda região serrana esteve praticamente despovoada até a década de 1950, quando recebe uma leva grande de migrantes por conta da instalação de serrarias, vinculadas a indústria extrativa da madeira, mais especificamente para a extração e exploração da araucária. Este processo migratório trouxe para a região, principalmente descendente de italianos, provenientes do Rio grande do Sul, que durante duas décadas contribuíram para o aumento populacional deste município. Este aumento considerável de habitantes no município teve um decréscimo quando, por volta de 1970 se fecharam um grande número de serrarias. Porém em 1972, recebemos em nossa terra um grupo de pessoas da colônia japonesa, restabelecendo em termos populacionais o número de habitantes existentes na metade do século XX. Atualmente, São Joaquim possui 22.836 habitantes, sendo 16.119 na área urbana e 6.702 no meio rural.( Censo de 2000- IBGE).

AS MATAS E OS CAMPOS

A cobertura vegetal do planalto, também a de São Joaquim se constituem de dois tipos de vegetação dominante, os Campos do Planalto, onde predominam gramínias como capim-caninha, capim-colchão, capim-forquilha, grama-sempre-verde e grama-missioneira, envolvendo capões de matas e as Matas das Araucárias, na encostas ocidentais da serras, onde predominam as araucárias, ervas-mate, além de arbustos de várias espécies e forrações vegetal variadas, num ambiente aberto, de fácil penetração e já muito explorado.
Destas vegetações surgiram e se desenvolveram as principais unidades produtivas, a pecuária extensiva (nas zonas de campos), e a indústria extrativa de madeira (nas zonas de araucárias que também se destaca pelo seu fruto, a pinha, a verdadeira castanha serrana).
Outros tipos de árvores são encontrados na região, como o cambará, o ipê, o sobraji, a canela, a laranjeira brava, o bugre preto, o cedro, a aroeira, a timbaúva, o xaxim, entre outras. Quase todas madeiras de lei de reconhecido valor, porém hoje estão em extinção.
Se houvesse um plano de corte com um padrão de espessura mínima e reflorestamento das árvores cortadas, hoje teríamos florestas cuidadas com muitas espécies, sem o risco de extinção. Como recurso econômico o pinheiro apresentou um alto potencial. Entretanto a extração de forma irracional, o corte desenfreado e a não preocupação como reflorestamento, objetivando única e exclusivamente o lucro levou a destruição quase que completa dos pinheiros. Sabemos que para tornar-se aproveitável para a indústria, o pinheiro necessita de um período, mínimo de 60 a 80 anos de vida, tempo este que implica em certos cuidados indispensáveis ao abate desta árvore nativa.
Contribui para a destruição das espécies a prática das queimadas periódicas dos campos, que são feitas com a finalidade de limpar e melhorar as pastagens. O cultivo da batata, feijão e maçã, vêm contribuindo para a redução dos ambientes naturais e a modificação da composição da fauna Joaquinense.
A homogeneização das paisagens agrícolas, criadas por extensas culturas, além do desaparecimento de algumas espécies, também ocasiona o surgimento de outras, que são capazes de viver em tais condições e se reproduzem sem competidores, resultando na expansão de suas populações o que pode ser observado em alguns exemplos como: os quero-queros, as pombas de bandos, as rolinhas roxas, anus-pretos, anus-brancos, João de barro, chupins, tico-ticos, etc.
Segundo, KLEIN (1978) a Floresta Ombrófila Mista ou Floresta de Araucária é uma floresta com característica heterogênea. Já RODRIGUES, (1978), no “Mapa Fitogeográfico do Estado de Santa Catarina” (FATMA, UFSC) sugere agrupá-las em duas formações: a floresta de araucária e a floresta de faxinais.
As florestas de araucária estão localizadas nas encostas, no planalto e nos vales, e surgem em altitudes entre 500 metros até 1200 metros. São formadas por pinheirais de grande porte e por submata igualmente densa, onde predominam as mirtáceas e aquifoliáceas, entremeadas de bambus. A vegetação da floresta de araucária (ou pinhais), não apresenta formação homogênea e contínua, mas compõe-se de diversos tipos de submata. O pinheiro (Araucária Angustifolia) constitui a camada superior, de forma que vista de cima dá a impressão de uniformidade ou de um bosque de coníferas. A sua submata é bem desenvolvida e densa, com predominância de lauráceas tais como imbuia (Ocotea porosa), e a canela-lajeana (Ocotea pulchella), a canela amarela (Nectandra grandiflora), canela-fogo (Criptocaria aschersoniana). Nas áreas úmidas ou margens de rios, encontramos a árvore do vime (salix viminalis).
A floresta de faxinais situada em terrenos das partes superiores da Serra Geral, é caracterizada normalmente por mata baixa, onde o pinheiro concorre de modo espesso e apresentando menor porte. As espécies arbóreas e arbustivas mais comuns são a congonha (Ilex theezans), carne de vaca (Cletra scabra), as capororocas (Rapanea spp), os guamirins (Gomidésia sellowiana e Myrceugenia euosma), as caúnas (ilex dumosa e Ilex microdonta). São entremeados de bambus, bem como de vassouras, como o vassourão branco (Phitocarpha augustifolia). A mata de árvores de pequeno porte e de forma irregular é freqüentemente entremeada por campos de gramíneas grossas, indicadoras de solos de pouca qualidade e impróprios para culturas.
O domínio morfológico da araucária angustifolia é interrompido com freqüência pela existência de campos-limpos, onde predominam gramíneas como o capim-caninha (Andropogon laterallis, Andropogon macrothryx, Agróstis montevidensis, Agróstis ramboi) e também por campos sujos, onde predominam a carqueja do campo (Baccharis gaudichaudiana), a vassoura lajeana (Baccharis unicella), os caraguatás (Eryngium spp), a samambaia das taperas (Pteridium aquilinum).
São freqüentes nos campos úmidos, as trufeiras formadas principalmente por musgos (Sphagnum spp), onde se encontra a samambaia dos banhados (Biechnum imperiale).

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